25 de out. de 2007

O Fruto do Espírito

"Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, temperança, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”(Gálatas 5:22,23).
v.22. Mas o fruto do Espírito. Justamente como havia condenado toda a natureza humana como nada produzindo senão frutos nocivos e indignos, agora nos diz que todas as virtudes, todas as boas e bem ordenadas afeições procedem do Espírito, ou seja, da graça de Deus e da natureza renovada que recebemos de Cristo. Como se houvera dito: “Nada, senão o mal, procede do homem; nada de bom pode proceder senão do Espírito Santo”. Pois ainda que às vezes surjam nos homens não regenerados notáveis exemplos de nobreza, fidelidade, temperança e generosidade, o fato é que não passam de marcas ilusórias. Curio e Fabricio foram famosos por sua coragem; Cato, por sua temperança; Scipio, por sua bondade e generosidade; Fabio, por sua paciência. Mas tudo isso era apenas aos olhos dos homens e como membros da sociedade. Aos olhos de Deus, nada é puro senão o que procede da fonte de toda a pureza.
Não tomo alegria, aqui, no sentido de Romanos 14:17, mas como aquele bom humor [hilaritas] para com nossos companheiros, o qual é o posto de melancolia. é usada para verdade, e é contrastada com astúcia, engano e falsidade. Paz contrasto com rixas e contendas. Longanimidade é a suavidade da mente, a qual nos dispõe a levar tudo com otimismo, não permitindo a suscetibilidade. O restante é óbvio, pois a condição da mente se abre a parte de seu fruto.
Pode-se perguntar, porém, que juízo formaremos dos perversos e idólatras que, não obstante, exigem extraordinária semelhança de virtudes. Pois pelo prisma de suas obras parecem espirituais. Eis minha resposta: nem todas as obras da carne despontam numa pessoa carnal; mas sua carnalidade é exibida por um ou outro vício; assim como uma pessoa não pode ser tida como espiritual pelo prisma de uma única virtude. Às vezes se fará óbvio à luz de outros vícios que a carne reina em tal pessoa; e isso é facilmente visto em todos aqueles a quem mencionamos.
V. 23. Contra tais coisas não há lei. Há quem entenda isso como significando simplesmente que a lei não é dirigida contra as boas obras, visto que das boas maneiras têm emanado boas leis. Mas a intenção de Paulo é mais profunda e menos óbvia, ou seja: onde o Espírito reina, a lei não mais exerce qualquer domínio. Ao modelar nossos corações segundo sua própria justiça, o Senhor nos liberta da severidade da lei, de modo que não trata conosco segundo o pacto da lei, nem obriga nossas consciências sob sua condenação. Não obstante, a lei continua a exercer seu ofício de ensinar e exortar. Mas o Espírito de adoção nos livra da sujeição a ela devida. Paulo, pois, ridiculariza os falsos apóstolos, os quais forçavam a sujeição à lei, mas que ninguém estava mais ansioso do que eles para livrar-se do jugo dela. Paulo nos diz que a única forma pela qual isso se faz possível é quando o Espírito de Deus assume o domínio. À luz desse fato, segue-se que eles não se preocupavam com a justiça espiritual.
Fonte: Extraído do comentário de Gálatas de João Calvino, publicado pela Editora Paracletos, páginas 170 e 171.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do seu blog. Postei sobre isso também.
Deus te abençoe. Tenha um bom fds com sua esposa e filhas.

daladier.blogspot.com disse...

Sugiro As Obras da Carne e o Fruto do Espírito de William Barclay, é uma excelente obra no assunto.

Visite http://daladier.blogspot.com - Reflexões Sobre Quase Tudo!

Renato Oliveira disse...

Graça e Paz!!! Ricardo
é a primeira vez que visito o seu blog, e achei muito bom!!!
os posts são muito bons. com certeza voltarei outras vezes para
conferiar os outros posts.
Que Deus continue te abençoando e você continue sendo um Canal de Benção nas mãos do Senhor!!!
Fique com Deus!!! PAz!!
se vc tiver um tempinho conheça o meu BLOG:
www.sorogospel.blogspot.com

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